11 maio 2010

Plano Geral de Urbanização de Coimbra

No final da década de 60 começa ser preparado um novo plano, o Plano Geral de Urbanização de Coimbra da autoria de M. L. Costa Lobo. Propõe-se a planificar a cidade como pólo regional, orientar o crescimento segundo as principais rodovias e ferrovias e traçar as linhas de gestão e planeamento do concelho.

Plano Regulador da Cidade

Aparece nos anos 50, o Plano Regulador da Cidade elaborado por Almeida Garrett, que apresenta três linhas de força: hierarquização do espaço urbano, o zonamento da cidade e a orientação do seu crescimento, organizando-a funcionalmente em núcleos urbanos.
Desloca as zonas industriais para o eixo Estação Velha – Pedrulha e para a margem esquerda, contrariando a tendência de Groer para localizar a zona industrial seguido a extensão urbana de noroeste.

Plano de Embelezamento e de Extensão da Cidade

O Plano de Embelezamento e de Extensão da Cidade, de E. De Groer, preconizando uma divisão da cidade em zonas, atribuindo-lhes usos e destinos sociais dotados de certa rigidez. Para as zonas residenciais considerou habitações segundo talhões: grandes, médios, habitações operárias e colectivas.
No que se refere a novas extensões foram consideradas quatro orientações:
Sudeste, ao longo da estrada da Beira até ao Calhabé, destinada as zonas residenciais da classe média e abastada;
Nordeste, uma parte destinada às zonas residenciais operárias (Montes Claros e zona industrial), às classes altas (Avenida Dias da Silva) e às classes médias o restante;
Noroeste, destinada a casas de operários, localizadas nas encostas da Estação Velha e do vale de Coselhas e Ingote;
Santa Clara, localizada a norte do subúrbio com o mesmo nome, constituída por duas partes: estada de Taveiro destinada a classes altas e retaguarda da precedente, destinada a zonas residenciais operárias.

Universidade


Foi o Estado Novo que, partindo do conceito de Cidade Universitária, estabeleceu um Programa Geral de Intervenção, visando a tempo resolver a carência de instalações e criar condições de ensino para juventude universitária. As obras obedeciam a um plano estruturante que reservou a Alta para a Universidade. Assim, o crescimento da Cidade Universitária preenche plenamente a função social atribuída pelo Estado, já que a reunião da comunidade estudantil, no mesmo espaço, isola os seus membros de tentações consideradas nefastas e facilita a inculcação ideológica.
Entre 1933 e 1940, as remodelações projectadas envolviam a racionalização dos edifícios disponíveis e algumas demolições, tendo como objectivo regularizar urbanisticamente através de alargamento e alinhamento das ruas e dos largos.
Entre 1941 e 1975, difere do anterior pelo seu impacto urbanístico, alegando benefícios materiais para a Universidade: espaço de circulação, higiene, habitabilidade…
Os novos edifícios, de grande volumetria, ordenaram-se de modo a formar um eixo longitudinal desde as escadas monumentais e a Praça D. Dinis até à Porta Férrea.

04 maio 2010

Caminhos-de-ferro


É já em plena segunda metade do século XIX que a cidade se inicia na senda da modernidade. Com o caminho-de-ferro, Coimbra readquire uma importância de nó de comunicações, que lhe reforça o papel de centro regional: em 1890, Coimbra está em ligação, por via-férrea, com o sul e o norte, com as Beiras, a Figueira e toda a linha do oeste. A vocação de mercado regional cresce progressivamente e a par com o caminho-de-ferro, as estradas contribuem para o engrandecimento comercial de Coimbra.
A Estação Nova, cujo ramal e de 1889, faz parte de uma política construtiva denominada de Arquitectura do Ferro, de que também são exemplos o Palácio de Cristal no Porto (1862) ou o mercado da Praça da Figueira em Lisboa (1880).

Urbanização


Com a Mata de Santa Cruz tornada jardim público, irradiam da praça uma série de ruas cujo desenho traduz as novas ideias urbanísticas e que vão ser preenchidas por edifícios residenciais da burguesia abastada da cidade, constituindo a primeira urbanização moderna de Coimbra.
A partir de finais do século XIX a extensão da cidade ajusta-se ao novo meio de transporte, o eléctrico e cresce pelos subúrbios, dando consistência a formação de novos bairros que foram envolvendo as aldeias periféricas, como Celas, Olivais e Calhabé.
Novos marcos urbanísticos vão surgindo no inicio do século XX, e, em 1918, e construída a Alameda do Jardim Botânico, seguida da Rua dos Combatentes e da Rua do Brasil, vias importantes para a expansão sul-sudeste da cidade.

Avenida Sá da Bandeira

Em 1882 é aberta a Avenida Sá da Bandeira, pelos terrenos da quinta do Mosteiro de Santa Cruz. A avenida sobe ao longo do vale até a um sopé onde se desenha a futura Praça da República.
Os edifícios que marginavam a Av. Sá da Bandeira sofreram apenas alterações de carácter funcional. No inicio, com ocupação residencial predominante, hoje, substituída por uma ocupação terciária: actividades liberais, instituições várias, ligadas ao sector dos serviços e comércio especializado ou de luxo.

Introdução

Os séculos XIX e XX trouxeram o desenvolvimento de povoações ao longo das margens do Mondego, através de um tráfego intenso, comercial, entre a foz e o interior, fazendo nascer portos fluviais. Coimbra desempenhou um papel fulcral na articulação litoral -interior, como paragem certa de mercadorias.
A cidade abre-se ao investimento privado dando lugar a um crescimento em altura e extensão, originando novos bairros nos subúrbios, correspondendo também a um certo progresso industrial e comercial, assim como, o aumento do nível médio de vida.

Séc. XIX e XX - Dados relativos à Demografia

Anos - Habitantes
1840 - 12 002
1841 - 11 937
1842 - 12 299
1843 - 12 307
1854 - 12 648
1863 - 17 840